Rali Dakar 2025 : Etapa 2
De volta às raízes do Rally-Raid: uma exigente e autêntica etapa Chrono 48H
O desafio da etapa Chrono 48 Horas fez jus à sua reputação como um dos momentos mais extenuantes e icónicos da história recente do Dakar. Apesar das condições intensas, a etapa encapsulou as raízes do rally-raid – exigindo resistência, habilidade e resiliência.
Lorenzo Santolino terminou em P11 com um tempo total de 11h38, apenas 25 minutos atrás do líder.
Rui Gonçalves assegurou a P24, com uma penalização de 15 minutos por ter falhado um waypoint.
São respetivamente P12 e P23 na classificação geral.
Devido a fortes tempestades na região de Al Henakiyah, os organizadores decidiram modificar o programa da etapa de amanhã. O percurso será encurtado para 327 km em vez dos 496 km iniciais, contornando as zonas afectadas pela chuva. Esta etapa mais ligeira proporcionará aos pilotos e às suas máquinas um descanso muito necessário antes de enfrentarem a etapa maratona prevista para 8 e 9 de janeiro.
Lorenzo Santolino : “Depois de dois dias que pareceram uma semana, estamos finalmente de volta ao bivouac. O dia de ontem foi longo e exigente, com um terreno variado: rochas, cactos, montanhas e dunas para terminar.
No primeiro sector de montanha, um fio da pista ficou preso nos meus travões, obrigando-me a parar para reparação. Consegui continuar, mas perdi o travão dianteiro quando a mangueira se partiu devido ao arame.
As dunas com fesh-fesh foram outro teste. Fiquei preso várias vezes e, a certa altura, parecia uma corrida de motocross com outros pilotos. Após a neutralização, esforcei-me para alcançar o grupo, mas o pó entupiu o filtro de ar, reduzindo o desempenho da minha mota.
Hoje, consegui chegar à frente nas dunas, mas nas secções rápidas (140-150 km/h), tive de ser cauteloso sem travão dianteiro.
Apesar de ter perdido algum tempo, estou satisfeito com os nossos progressos. Ainda temos um longo Dakar pela frente e vamos viver dia após dia. Obrigado a todos pelo apoio!”
Rui Gonçalves : “Aqui estamos depois da etapa Chrono 48 Horas – sem dúvida uma das mais duras que já fiz no Dakar. Enfrentámos inúmeras dunas moles; fiquei preso quatro vezes e tive de dar a volta à moto para me libertar.Manter a calma foi fundamental, sabendo que seria uma etapa longa.
Infelizmente, quando nos aproximámos do fim, o sol estava atrás das montanhas, criando sombras. Não vi uma pedra e bati nela, provocando uma queda.Não foi a alta velocidade, mas o impacto foi forte, deixando-me dorido e tornando difícil recuperar ou dormir bem nessa noite.
Hoje, comecei no grupo da frente, mas foi difícil encontrar alguns pontos de passagem e falhei um durante a navegação.Ainda assim, foi crucial terminar porque a corrida é longa e há muito pela frente.”